Nascida e criada em Peniche, acabou por formar-se em cozinha (Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril) e hoje é uma especialista em pescado. Patrícia Borges, chef, docente na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTTM) e proprietária da empresa de catering Sea Lovers, é uma espécie de embaixadora da Docapesca e sempre que tem possibilidade tenta ensinar os consumidores a escolher um bom peixe. Acima de tudo, um que seja sustentável, como a cavala ou o carapau.

Patrícia Borges liderou uma campanha para promover a cavala, espécie abundante mas pouco valorizada no mercado. Por força desta campanha, recebeu a alcunha de “menina da cavala” e isso até a fez sentir “ainda mais responsável por levar a campanha a bom porto”. E as provas aí estão: Em 2016, desenvolveu uma almôndega de peixe, feita com cavala, que até ganhou um concurso nacional.

Do seu currículo consta também a participação no livro "Do mar ao prato", editado pela ESSTM, que incide sobre 14 espécies da nossa costa e aborda questões como a biologia/ecologia, o perfil nutricional, a gastronomia tradicional e a gastronomia moderna. Mais recentemente, em 2020, foi autora do livro "Gastronomia de Bordo - Peniche” onde não é apenas um livro de receitas. Tem como protagonistas os pescadores de Peniche e foca-se nas várias facetas das artes da pesca. É o primeiro de uma trilogia sobre o assunto, feita a convite dos municípios que organizam o Festival Gastronomia de Bordo.

A grande mensagem que tenta passar ao país é que, “sempre que possível, o consumidor deve comprar espécies sustentáveis, que existam em maior quantidade”, sendo, então, de destacar a cavala, o carapau e o polvo. “Quando se pensa em ómega 3 pensa-se em salmão, mas a cavala tem muito mais ómega 3 do que o salmão, portanto, não é por aí."

Já deu para perceber que, a par com a ecologia, Patrícia Borges é também uma acérrima defensora daquilo que é nacional. “Portugal é considerado um dos países com o melhor peixe do mundo, atendendo a que 90% das nossas embarcações são tradicionais, vão e vêm todos os dias e por isso temos um peixe altamente fresco”, nota.

No fundo, confessa, é a “desenvolver novas receitas” que se sente mais feliz. Na escola ou na cozinha lá de casa, gosta é de fazer experiências!